Depressão na adolescência é coisa séria
Casos de ansiedade e depressão na adolescência dobram na pandemia. Veja como identificar os sinais
Aquele jeitinho mau humorado, rebelde e isolado de ser pode até ser típico da adolescência. Mas é preciso ficar atento para a repetição e duração de sentimentos ruins, porque a depressão na adolescência é muito mais comum do que podemos imaginar.
E o quadro tem se mostrado ainda mais grave na pandemia. Casos de depressão explodiram entre crianças e adolescentes durante o isolamento social e a suspensão das aulas presenciais. O número de jovens ansiosos dobrou, saltando de 11,6% para 25,2% agora, um aumento superior a 100%.
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Além da depressão e da ansiedade, doenças como transtorno bipolar e esquizofrenia também podem tirar o adolescente do prumo. Mas como nós, adultos, podemos identificar o quadro e ajudar os mais jovens?
Depressão x tristeza
Para começo de conversa, precisamos ter em mente que a depressão vai muito além da tristeza passageira e não tem uma única causa. Tipo assim, pra falar a língua dessa galera: depressão não tem nada absolutamente nada a ver com frescura, drama ou rebeldia de adolescente.
Seus efeitos são graves. A doença costuma causar um grande sofrimento, além de dificuldades no estágio, na escola, na família e até com os amigos mais próximos. Depressão pode levar ao abuso de álcool e outras drogas e até mesmo ao suicídio.
Os números mostram o tamanho do problema. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano.
O suicídio é a segunda maior causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos, atrás apenas de complicações na gravidez; e a terceira entre meninos na mesma faixa etária, depois de acidentes de trânsito e assassinatos.
Sintomas da depressão
Portanto, é muito importante ter atenção aos sinais de depressão na adolescência.
De acordo com a American Psychiatric Association”l, um episódio de depressão é indicado pela presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas, quase todos os dias, por um período de pelo menos duas semanas:
- Estado de espírito depressivo durante a maior parte do dia
- Interesse ou prazer pela maioria das atividades claramente diminuídos
- Diminuição do apetite, perda ou ganho significativo de peso
- Insônia ou dormir demais
- Agitação psicomotora ou apatia
- Fadiga ou perda de energia
- Sentimento exagerado de culpa ou de inutilidade
- Diminuição da capacidade de concentração e de pensar com clareza
- Pensamentos recorrentes de morte ou qualquer tentativa de tirar a própria vida
Desta forma, mantenha os olhos abertos para a presença de episódios frequentes de tristeza, sentimento de culpa, cansaço, problemas de memória e concentração, choro frequente, automutilação, alteração do apetite e de peso ou queda no rendimento escolar.
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Mudanças de comportamento, desinteresse pelo futuro, prazer somente no mundo virtual e pensamentos suicidas também devem estar no radar dos pais e responsáveis.
Quando o pai ou a mãe teve depressão, a criança ou adolescente tem 2 a 4 vezes mais risco de ter também. O quadro é mais comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes e epilepsia ou depois de acontecimentos estressantes como a perda de um parente ou amigo.
Cuidados
Então, fique atento e, se você notar esses sintomas, atitudes simples podem ajudar. É preciso mostrar ao adolescente sua importância e convencê-lo a realizar atividades que tragam alegria e bem-estar.
Mas não force a barra. Dê abertura para ouvir os sentimentos do adolescente e acompanhe a rotina dele com interesse.
Além disso:
- Ajude o adolescente a ter uma vida mais saudável, com uma boa alimentação, o sono nos horários certos e a prática de exercícios físicos
- Preste atenção aos hábitos, atividades e conteúdos que o adolescente consome, especialmente na internet
- Tenha calma e empatia, mesmo nos momentos de maior descontrole
- Procure um psiquiatra ou um psicoterapeuta e trace uma estratégia de tratamento com a ajuda desses profissionais
Saúde mental
Psicólogos e psiquiatras são profissionais capacitados a darem um diagnóstico preciso em casos de problemas de saúde mental e a indicarem qual o melhor caminho para contornar um momento difícil ou aprender a conviver com a depressão, o estresse e outros problemas de saúde mental.
Eles podem ajudar com as consequências da doença e, com isso, devolver a alegria roubada pela depressão na adolescência.
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