Alcoolismo: quando beber vira doença

Para alertar sobre os problemas causados pelo uso exagerado de bebida alcoólica, o dia 18 de fevereiro é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo

O excesso é inimigo da saúde em muitas ocasiões. Muito açúcar, por exemplo, aumenta o risco de diabetes e acelera o envelhecimento. Muita gordura faz o colesterol subir e muito sal pode elevar a pressão arterial, além de afetar olhos, rins e coração. Com o álcool não é diferente. Beber demais causa dependência e prejudica a vida de quem bebe e de sua família. Por isso, para alertar sobre os problemas causados pelo uso exagerado de bebida alcoólica, o dia 18 de fevereiro é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. 

O alcoolismo é uma doença crônica que se caracteriza pela dependência ao álcool. Sim, beber moderadamente é um hábito socialmente aceito pela maioria das pessoas. Por outro lado, o excesso oferece uma série de perigos tanto para quem bebe quanto para aqueles que estão próximos. 

Ao contrário do que muitos acreditam e até defendem, beber demais não é engraçado. Acima de tudo, o hábito desestrutura famílias inteiras e acaba com carreiras profissionais. Ao mesmo tempo, o alcoolismo causa acidentes no trânsito, incita brigas na balada e desencadeia muitos atos de violência doméstica. 

Entre os fatores que contribuem para o surgimento da dependência, estão:

  • Facilidade de acesso
  • Associação do álcool ao ambiente social e à diversão
  • Glamourização do consumo de bebidas alcoólicas
  • Histórico familiar de abuso do álcool
  • Contato precoce com a bebida
  • Problemas de saúde mental não resolvidos

O consumo desenfreado afeta não apenas a vida do dependente alcoólico. A vida da família, amigos e colegas de trabalho também fica bastante desequilibrada. 

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Além disso, o uso descontrolado de bebidas pode comprometer seriamente o funcionamento do organismo. Entre as doenças causadas pelo excesso de álcool estão cirrose, gastrite, danos no coração e no cérebro, pancreatite, anemia, osteoporose e câncer. 

Beber e dirigir, um dupla mortal

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, mais de 3 milhões de homens e mulheres morrem  por causa do uso exagerado de bebidas alcoólicas por ano. O número representa 5,3% do total de mortes no mundo. Em pessoas entre 20 e 39 anos, o número de mortes ligadas ao álcool sobe para 13,5%. 

No Brasil, o consumo de álcool foi responsável por pelo menos 16,5 mil mortes, em 2018. Esse é o último ano com dados disponíveis no Datasus, o sistema de informática do Sistema Único de Saúde (SUS). A conta, no entanto, não inclui acidentes de trânsito, embora muitos deles também estejam diretamente relacionados ao consumo de álcool.

Conforme o Relatório Global sobre Álcool e Saúde da OMS, 15% das mortes em acidentes de trânsito no mundo foram causadas pelo álcool em 2012. No Brasil, estima-se que 18% e 5,2% dos acidentes de trânsito entre homens e mulheres, respectivamente, tiveram ligação com o uso de bebidas alcoólicas. 

Nas primeiras doses, o álcool estimula o corpo e pode gerar a sensação de excitação. Entretanto, como é um depressor do Sistema Nervoso Central, ele logo afeta a capacidade de julgamento. A bebida também atrapalha o processo de tomada de decisões, as habilidades motoras e o tempo de reação do motorista. 

Com o aumento gradativo do consumo, crescem também a impulsividade e a agressividade. Isso compromete ainda mais a capacidade de dirigir do motorista que bebeu. 

Quando é hora de procurar ajuda?

É importante lembrar que não estamos falando de episódios isolados. A dependência significa que beber virou uma rotina e começa a atrapalhar as atividades e relacionamentos no seu dia a dia.

Algumas pessoas começam a beber para fugir de problemas, por causa de decepções, frustração ou depressão. Às vezes, bebem inicialmente até mesmo para aliviar a pressão do dia a dia. 

À medida que o consumo aumenta, o indivíduo geralmente fica mais resistente aos efeitos do álcool. Então, ele começa a beber cada vez mais para alcançar as sensações desejadas. 

Um dos maiores desafios é que, na maioria das vezes, o dependente demora muito para buscar ajuda. O alcoólico também tende a negar que precisa de ajuda médica. Por isso, a participação da família é fundamental diante de um quadro de alcoolismo. Geralmente quem está mais próximo pode identificar o problema e incentivar o tratamento. 

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O alcoolismo é mais do que beber muito e com frequência. Em síntese, o alcoolismo é uma dependência física e psicológica. Dependentes do álcool costumam beber sozinhos e fora de situações sociais. Além disso, continuam a beber mesmo quando percebem que estão se afastando da família e dos amigos. Muitos demonstram agressividade quando são encostados na parede.

Sinais como perda de memória, tremores, insônia e falta de apetite também devem ser levados em conta. Da mesma forma, procure ajuda médica de perceber:

  1. Necessidade de beber a qualquer momento
  2. Fadiga, sonolência e dificuldade de raciocínio
  3. Distúrbios alimentares ou do sono causados pelo consumo frequente de álcool 
  4. Alterações de humor, ansiedade, depressão, raiva e agressividade quando o efeito do álcool passa

Tratamento e controle

Portanto, ao perceber sinais de alcoolismo em você ou em alguém próximo, busque ajuda sem demora. A dependência do álcool tem tratamento e controle. Psiquiatras e psicólogos são treinados para identificar e cuidar do alcoolismo. Em outras palavras, eles podem ajudar com as consequências da doença e, com isso, salvar muitas vidas. 

Por outro lado, existem diversos testes, exames e questionários. São ferramentas que de análise dos sintomas de alcoólatra. Eles podem determinar se você ou seu familiar tem ou não um problema com a bebida. Assim, em caso de diagnóstico positivo, os médicos vão recomendar o melhor caminho a ser seguido.

Esqueça a vergonha que cerca o alcoolismo. Deixe de lado o preconceito contra psiquiatras ou psicólogos. Vergonha e preconceito servem apenas para agravar ainda mais a situação de quem realmente precisa de um tratamento adequado.

Também é fundamental cuidar dos amigos e familiares mais próximos do alcoólatra. Quem tem contato com dependentes de álcool e divide com ele seus problemas todos os dias poderá enfrentar momentos difíceis. Frequentemente a rotina fica pesada. 

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