Dor de cabeça: se você teve 3 em 1 mês, acenda o alerta

Dor de cabeça parece coisa boba, mas é a 7ª doença mais incapacitante do mundo e afeta 140 milhões de brasileiros. Veja quando você deve se preocupar

Se você nunca teve uma dorzinha de cabeça na vida, podemos considerá-lo uma pessoa de sorte. Caso contrário, se você faz parte da multidão que de vez em quando ou até diariamente se queixa do problema, nós temos muito o que conversar! Antes de mais nada, precisamos te contar que não existe uma dor de cabeça, mas várias. 

A dor de cabeça, ou cefaleia, é uma condição frequente, de intensidade variável e características distintas. Conforme a causa, ela pode ser classificada em cefaleia primária ou cefaleia secundária. À primeira vista, isso pode parecer um detalhe bobo, mas o tratamento depende tanto da classificação quanto do tipo, da origem e da frequência.

As cefaleias primárias são aquelas que indicam, ao mesmo tempo, a enfermidade e o sintoma. Por outro lado, cefaleias secundárias estão relacionadas à existência de doenças como sinusite, fibromialgia, problemas de coluna e uso constante de analgésicos. 

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Acima de tudo, entre os problemas com maior risco de morte que também causam cefaleias secundárias, estão a meningite, os tumores cerebrais, o aneurisma, o AVC e a trombose venosa cerebral.

Nestes casos, você precisa buscar ajuda médica imediatamente. Porém, o que afeta mesmo a maioria dos brasileiros é aquela dorzinha de cabeça chata que, muitas vezes, acabamos deixando pra lá ou tentando resolver com um ou vários analgésicos. 

O problema é que, definitivamente, deixar pra lá ou tomar remédio por conta própria é o pior que você pode fazer até nos casos mais simples. Vamos explicar o porquê. 

Tipos mais comuns

Frequentemente, as cefaleias têm origem primária. É a maioria dos casos. As mais comuns são a enxaqueca, a cefaleia tensional e a cefaleia em salvas. Vamos detalhá-las a seguir.

1 – Enxaqueca

O que é

Ao contrário do que muita gente pensa, enxaqueca não é sinônimo de dor de cabeça. A enxaqueca é um tipo específico de cefaleia, que se caracteriza por uma dor intensa e pulsante e que pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, tonturas e sensibilidade à luz. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, a dor de uma crise típica de enxaqueca envolve metade da cabeça, piora com qualquer atividade física e pode durar até 3 dias. Geralmente a dor na enxaqueca afeta mais um lado da cabeça do que o outro.

Principais sintomas

Um conjunto de sintomas neurológicos, conhecido pelo nome de aura, costuma acompanhar o quadro de dor. Em outras palavras, aura é o nome que se dá ao conjunto de sintomas neurológicos que aparecem um pouco antes da dor nas crises de enxaqueca. 

Podem ocorrer flashes de luz, falhas no campo visual ou imagens brilhantes em ziguezague. Às vezes, a aura apresenta sintomas como fraqueza muscular, perda parcial da visão e alterações na fala, que assustam muito os pacientes por lembrarem um AVC. 

A diferença está no fato da aura durar em média 20 minutos e desaparecer espontaneamente. Eventualmente, alguns sintomas de fraqueza podem demorar mais a sumir. As crises de enxaqueca podem ainda ser acompanhadas por enjoo e vômitos, tonturas e visão ofuscada ou manchas de luz no campo de visão.

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Mas lembre-se: apenas um neurologista ou clínico geral por identificar o real problema, o nível de gravidade e o tratamento a ser aplicado. O diagnóstico é feito em uma conversa aprofundada com o médico. Exames com ressonância magnética e tomografia computadorizada podem ser pedidos para complementar o diagnóstico. 

Como tratar

Os remédios mais usados para tratar a enxaqueca são analgésicos e anti-inflamatórios, bem como medicamentos que contraem os vasos sanguíneos e bloqueiam a dor, como é o caso dos triptanos. 

Todavia, o ideal é buscar ajuda médica para tratar tanto a dor quanto o que os médicos chamam de  fatores desencadeantes. Em outras palavras, os gatilhos da enxaqueca, como estresse, sono prolongado, ficar muito tempo sem comer ou comer certos alimentos como chocolate, laranja, comidas gordurosas e derivados de leite, por exemplo.

Além disso, quem tem enxaqueca deve ficar atento a:

  • Exposição a barulhos altos, cheiros fortes ou temperaturas elevadas;
  • Mudanças súbitas da pressão atmosférica, como as experimentadas nos vôos em grandes altitudes e em exercícios físicos de alta intensidade, com a corrida e o crossfit, por exemplo
  • Queda dos níveis hormonais que ocorre nas mulheres antes da menstruação

Aliás, a enxaqueca é três vezes mais comum nas mulheres, principalmente naquelas que têm entre 20 e 40 anos de idade e nas que têm histórico de enxaqueca na família. Além disso, aqueles quilinhos a mais também facilitam a chegada da doença.

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Alguns tratamentos alternativos, como acupuntura e a fitoterapia, também podem contribuir para o controle das crises de enxaqueca. Recentemente, aqui mesmo no Blog da Med, falamos sobre a medicina integrativa. Trata-se de uma prática que leva em conta aspectos emocionais e sociais da vida do paciente, tratando não apenas a doença, mas o indivíduo como um todo. 

Ela pode ser bastante benéfica no tratamento da enxaqueca. Veja aqui mais detalhes.

2 – Cefaleia tensional

O que é

A cefaleia tensional é o tipo de dor de cabeça mais comum na população. Assim como a enxaqueca, ela afeta mais mulheres do que homens. Um dos principais fatores desencadeadores é o estresse. 

Existem 3 tipos de cefaleia tensional.

  • Menos de 1 episódio por mês: cefaleia tensional infrequente 
  • De 1 a 14 episódios por mês: cefaleia tensional frequente
  • Mais de 15 episódios por mês: cefaleia tensional crônica


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A cefaleia tensional pode ainda começar com posturas erradas, ansiedade ou posição de dormir inadequada. Geralmente, ela é causada pela rigidez dos músculos do pescoço, costas ou couro cabeludo.

Principais sintomas

Os sintomas mais comuns da cefaleia tensional são dor leve a moderada, em forma de pressão. Você sente como se estivesse com um capacete na cabeça. A dor afeta os dois lados, na nuca ou na testa. Ela igualmente traz uma sensibilidade excessiva aos ombros, pescoço e couro cabeludo. Da mesma forma, a luz e o barulho costumam incomodar. 

Ao contrário da enxaqueca, a dor de cabeça tensional não causa náuseas nem piora com a atividade física. 

Como tratar

Para aliviar a dor de cabeça tensional, a melhor pedida é tentar relaxar o pescoço. De antemão, uma massagem no couro cabeludo, um banho quente ou uma atividade podem ajudar. Assim como a massagem, medicamentos analgésicos também funcionam. Entretanto é preciso ter cuidado com o seu uso em excesso. Afinal, a alta frequência de analgésicos pode causar a chamada cefaleia de rebote.

3 – Cefaleia em salvas

O que é

A cefaleia em salvas é a menos frequente dos três principais tipos de dor de cabeça primária. Por outro lado, é a mais severa. Este tipo de dor de cabeça é mais comum em homens. Geralmente mais forte que a dor da enxaqueca, ela atinge apenas um lado da face e o olho. 

Na maioria das vezes, o incômodo começa durante o sono. Às vezes ela faz você até acordar de tanta dor. Uma crise costuma durar de 30 minutos a 3 horas e pode ocorrer até 3 vezes por dia.

Principais sintomas

Além da dor intensa, uma crise de cefaleia em salvas pode vir acompanhada de nariz escorrendo, pálpebra inchada e olhos vermelhos e lacrimejantes. Esses sintomas ocorrem no mesmo lado da dor. Outros sintomas possíveis são insônia, fadiga, irritabilidade, falta de apetite e dificuldade de concentração. O consumo de bebida alcoólica e o cigarro podem agravar ainda mais a crise.

Como tratar

Os remédios mais usados são anti-inflamatórios não esteroides e analgésicos fortes, como os opioides. Além disso, a máscara de oxigênio a 100% é uma aliada nos momentos de crise. 

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O problema é que, de acordo com os especialistas, os tratamentos não solucionam as crises, apenas atenuam ou diminuem a sua duração.

Dia Nacional de Combate à Cefaleia

Deu pra ver que a quantidade de informações sobre a dor de cabeça é enorme, não é mesmo? Isso mostra que um problema aparentemente simples de simples não tem nada. Para chamar a atenção da população a respeito do tamanho desta questão, existe inclusive o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, todo ano, em 19 de maio.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), a dor de cabeça é a sétima doença mais incapacitante do mundo e atinge cerca de 140 milhões de brasileiros. A enxaqueca, especificamente, afeta 15% da população mundial. Só no Brasil, são mais de 30 milhões de pessoas sofrendo com o problema, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

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A SBCe explica que a maioria das pessoas que sofrem com dor de cabeça demora até 5 anos para procurar um médico! O tempo, muito longo, contribui para o agravamento do problema. Por isso, a conta que os especialistas indicam é: se você sente dor de cabeça 3 ou mais vezes por mês, há mais de 3 meses, procure um médico, pois isso não é normal. 

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Portanto, se você tem dor de cabeça 3 ou mais vezes por mês há mais de 3 meses, não deixe de buscar um neurologista ou clínico geral. Com o Cartão MedSempre, você faz consultas particulares e exames com preços populares de verdade, pagando muito pouco por mês. Temos também uma ampla rede associada com psicólogos, psiquiatras e outros médicos que podem ajudar, dependendo da causa do seu tipo de dor de cabeça. 

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