Engordei na quarentena, e agora?

Basta dar uma espiadinha nas redes sociais dos amigos e dos famosos para ver relatos como estes: “engordei na quarentena”; “ganhei 10 quilos por causa do isolamento social”; “não consigo mais manter meu peso por causa da ansiedade com a Covid-19”… Desde que a pandemia começou, muita gente passou a ter problemas com a balança. 

Claro que o excesso de peso não é o principal problema do período de pandemia, com tantas mortes, dificuldades econômicas e distanciamento social. No entanto, quilinhos a mais podem significar tanto outras doenças, como diabetes, hipertensão e problemas no coração, quanto mais riscos diante do coronavírus.  

Pessoas com obesidade, diabetes, pressão alta e doenças cardíacas fazem parte do grupo de risco da Covid-19. Em outras palavras, elas apresentam uma maior chance de evoluir para formas graves da doença. O aumento de peso causado pela ansiedade também preocupa, porque significa que algo não anda bem na parte emocional.

De acordo com a pesquisa Diet & Health Under Covid-19, realizada em 30 países, os brasileiros estão em 1º lugar entre os que mais engordaram na pandemia. Cinco em cada 10 entrevistados declararam ter aumentado de peso desde a chegada da Covid-19 ao Brasil. Na média global, de 1 em cada 3 entrevistados (31%) engordou durante o período. 

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A pesquisa foi realizada on-line com 22.008 entrevistados, com idades entre 16 e 74 anos. Logo atrás do Brasil, os países que mais relataram quilos extras foram Chile (51%) e Turquia (42%). Em contrapartida, China (6%), Hong Kong (9%) e Malásia (19%) foram os que melhor conseguiram manter a forma. Considerando todos os países da pesquisa, o aumento de peso médio foi de 6,1 quilos. No Brasil, foram 6,5 kg quilos a mais por pessoa. 

Pão caseiro, isolamento e sedentarismo

Definitivamente, não é tão simples manter a boa forma com tudo o que estamos vivendo, concorda? O momento emocional é difícil para muita gente, por causa do isolamento e das mortes de pessoas próximas por Covid-19. Aliado a isso, a rotina alimentar de muitos de nós mudou. Mudaram os horários, o local de trabalho ou estudo, o humor e a ansiedade. 

Mudou também a frequência com que podemos nos exercitar. Afinal, muitas academias ficaram fechadas durante um tempo ou com horários restritos, e a aglomeração nas áreas ao ar livre para atividade física se tornou um risco para a saúde.

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Além disso, hábitos “engordativos” como fazer pão caseiro ganharam espaço entre os brasileiros. Não é à toa que a pergunta “como fazer pão” seja uma das mais buscadas no Google desde o início da pandemia. Pedir comida com mais frequência e aquele happy hour na varanda de casa também contribuíram para inflar o time do “engordei na quarentena”.

Outro fator relacionado à Covid-19 e ao ganho de peso é o aumento do consumo de álcool registrado no isolamento. Uma pesquisa feita pela Organização Pan-Americana da Saúde Opas) em 33 países apontou que, no Brasil, 42% dos entrevistados relataram que têm bebido muito na pandemia. De acordo com o levantamento, a presença de quadros graves de ansiedade aumentou em 73% a chance de maior uso de bebidas alcóolicas.

Dicas da nutricionista

Mas calma que nem tudo está perdido! Para ajudar quem ganhou peso durante o isolamento, conversamos com a nutricionista Francine Freire, que atende pela Clínica Serra Saúde, em Laranjeiras, na Serra (ES), uma das clínicas parceiras do Cartão MedSempre. 

A especialista explicou porque tanta gente engordou na quarentena e deu dicas preciosas para quem quer emagrecer com saúde. De acordo com a nutricionista, a principal relação entre o isolamento e o ganho de peso está no trio sedentarismo + má alimentação + ansiedade. “O primeiro passo é controlar a ansiedade e depois fazer uma atividade física em casa, pois a atividade física ajuda muito em problemas emocionais e estresse”, afirma.

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Francine alerta que cada pessoa tem suas necessidades específicas. Mas, de uma forma geral, algumas ações ajudam a todos que desejam perder peso:

– Comece a cuidar da sua saúde AGORA
– Não espere os problemas de saúde se agravarem por conta da má alimentação
– Faça atividade física 3 x na semana, mesmo que em casa
– Evite excesso de açúcar e de álcool
– Também evite excesso de carboidratos defumados, pois eles causam muitas inflamações no corpo
– Beba água
– Coma frutas e verduras
– Evite industrializados, como comida “de verdade”

A hora de buscar ajuda médica

Algumas informações também podem ajudar você na missão de emagrecer. Uma delas é o famoso Índice de Massa Corpórea (IMC). Trata-se de um cálculo que aponta se você está abaixo do peso, dentro do peso ideal ou acima do peso. Quando o IMC é maior que 30, a pessoa passa a ser considerada obesa. Quem tem IMC maior do que 40, inclusive, integra o grupo de risco da Covid-19, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

O cálculo IMC pode ser feito em casa, pela internet mesmo. O número leva em conta altura, peso, sexo e idade. Mas lembre-se que o cálculo do IMC não substitui o diagnóstico profissional! Ele apenas indica casos de sobrepeso e obesidade, apontando a necessidade ou não de buscar ajuda médica.

Conforme um recente estudo publicado na revista científica Nature, uma das mais respeitadas do mundo, pessoas com obesidade são mais vulneráveis às formas graves da Covid-19, além de sofrerem mais frequentemente com a necessidade de ventilação mecânica e com uma maior mortalidade pela doença. 

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Quem tem obesidade também pode ter o quadro agravado por causa da menor capacidade de comportar ar nos pulmões. Nestes casos, a pressão da barriga impede que o pulmão se expanda adequadamente nos momentos de dificuldade para respirar. 

Os obesos ainda costumam apresentar mais inflamações, e a perda de controle da inflamação é um dos mecanismos que provocam a forma grave da Covid-19.

Conte com a MedSempre

Portanto, para além da questão estética por trás da questão “engordei na quarentena”, é preciso ficar atento aos riscos associados ao ganho de peso. Não deixe de buscar ajuda se tiver dificuldades para emagrecer! Se precisar de consultas com endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos ou psiquiatras, conta com o Cartão MedSempre. 

Sem carência e por um valor que cabe no seu bolso, você pode ter acesso a consultas e exames em estabelecimentos reconhecidos na área da saúde pagando muito menos por esses serviços. Você pode, ainda, realizar exames para identificar diabetes, bem como fazer consultas de acompanhamento de pressão alta e riscos de doença cardíaca.

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