Infarto e AVC: risco é maior no inverno
Risco de infarto e de outros problemas no coração chega a ser 30% maior no inverno. Estação mais fria do ano começa oficialmente no dia 21 de junho
Geralmente as maiores preocupações com a saúde no inverno giram em torno das doenças respiratórias. Asma, rinite, pneumonia, gripe e, de uns tempos pra cá, Covid-19 estão em primeiro plano no radar de muitos de nós. Contudo, a chegada dos dias frios deve acender outro alerta. O risco de infarto e de AVC aumenta até 30% na estação que começa no dia 21 de junho.
Em primeiro lugar, de acordo com informações do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), baixas temperaturas contribuem para a chamada vasoconstrição. Esse é o nome técnico da contração dos vasos do corpo humano. Em outras palavras, estamos falando da sobrecarga do sistema circulatório e do aumento da chance de ataques cardíacos.
As artérias coronárias respondem pela chegada do oxigênio ao miocárdio. Assim, quando esses vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração ficam obstruídos ou não funcionam como deveriam, o sistema circulatório para. O resultado disso é que o transporte de sangue, nutrientes e oxigênio pelo corpo também para.
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Idosos ou portadores de doença na artéria coronária são mais propensos a sofrer infarto devido ao frio intenso. Mas não são apenas eles que devem redobrar a atenção no inverno por conta do infarto. Em temperaturas mais frias, nossa tendência é comer mais. Por outro lado, também costumamos escolher alimentos mais gordurosos, deixar a atividade física para depois e beber menos água.
Com isso, o coração fica mais vulnerável.
Risco de AVC também é maior
Segundo o médico Drauzio Varella, a estimativa é que a cada 10°C de queda na temperatura gere um aumento de 7% no índice de infartos, especialmente quando os termômetros atingem menos de 14ºC.
Além do infarto, o inverno também aumenta em 20% o registro de casos de AVC, o acidente vascular cerebral. No Brasil, o AVC faz cerca de 130 mil vítimas por ano. Igualmente conhecido como derrame, ele ocorre quando há um entupimento ou um rompimento dos vasos responsáveis por levarem o sangue ao cérebro, paralisando a região afetada.
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Existem dois tipos de AVC: o AVC hemorrágico e o AVC isquêmico. Veja a seguir as principais diferenças entre eles.
AVC hemorrágico
É o tipo menos comum e ocorre por conta da ruptura de um vaso sanguíneo dentro do crânio, gerando uma inflamação na área afetada. Sua principal causa é a hipertensão arterial, agravada por fatores como estresse, excesso de álcool, sedentarismo e cigarro.
Os principais sintomas do AVC hemorrágico são:
- Dormência das mãos, pés e rosto
- Paralisia súbita de um dos lados do corpo
- Dor de cabeça muito forte
- Perda parcial ou total da visão
- Dificuldade para falar e compreender
- Perda de equilíbrio, tontura e dificuldade súbita de andar.
AVC isquêmico
É o tipo mais comum e ocorre por causa da ausência de fluxo sanguíneo para o cérebro. A falta de sangue degenera a região de forma rápida. Entre as causas do AVC isquêmico, podemos citar a hipertensão arterial, o excesso de bebidas alcoólicas, diabetes, colesterol alto, obesidade e cigarro.
Entre os principais sintomas do AVC isquêmico estão:
- Boca torta
- Dificuldade para engolir
- Dores de cabeça muito fortes
- Dificuldade para falar e compreender
- Tonturas
- Perda de força de um dos lados do corpo
- Alteração visual
Prevenção #comofaz?
A pergunta que não quer calar é: dá para evitar que o inverno traga problemas como AVC e infarto?
Especialistas batem sempre na mesma tecla e realmente não dá muito para fugir. Para se prevenir de doenças do coração, é preciso ter hábitos saudáveis. Estamos falando de alimentação balanceada, atividade física regular e boa qualidade de sono. Então, se você quer passar o inverno sem se preocupar com infarto ou AVC, fique atento a estas dicas valiosas:
Tenha uma dieta equilibrada
Comer bem auxilia o organismo a equilibrar proteínas e nutrientes. Uma dieta balanceada também reflete nos índices de colesterol. O colesterol, por sua vez, desempenha um papel essencial na saúde celular do cérebro, do sistema nervoso e de outras estruturas em nosso corpo.
Existem basicamente dois tipos de colesterol no organismo humano:
- O LDL (colesterol ruim) é uma lipoproteína de baixa densidade que circula dentro das veias e artérias. Uma alta quantidade da substância pode levar à obstrução de vasos importantes e prejudicar a circulação sanguínea em órgãos vitais.
- O HDL (colesterol bom) é uma lipoproteína de alta densidade que tem como principal função carregar o LDL e outras gorduras para o fígado, de onde elas serão eliminadas.
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O acúmulo de LDL no organismo está relacionado principalmente a fatores genéticos e à má alimentação. Consumir alimentos ricos em gorduras saturadas ou trans, como carnes vermelhas muito gordurosas, por exemplo, normalmente aumenta o LDL na corrente sanguínea.
Já o HDL atua como um faxineiro do bem, impedindo o acúmulo do colesterol nas artérias. Daí o porquê de sua alta ser boa.
Falamos com mais detalhes sobre esse assunto aqui.
Fique atento ao diabetes e à hipertensão
Além da alimentação balanceada, outro pilar de uma vida sem problemas no coração tem a ver com reduzir o açúcar e o estresse. Quem tem diabetes ou hipertensão deve redobrar os cuidados. Tanto uma quanto a outra são doenças crônicas, ou seja, não têm cura, apenas controle.
Em síntese, a hipertensão arterial é o principal fator de risco para infarto e outras doenças cardiovasculares. A pressão sanguínea é a força exercida pelo sangue, bombeado pelo coração contra as paredes das artérias.
Para o bom funcionamento do coração e do organismo em geral, o bombeamento deve ser forte o suficiente para atingir a circulação das pernas e dos pés. Entretanto, quando a pressão fica muito forte, pode lesionar os vasos sanguíneos.
Por outro lado, o diabetes acelera a formação das placas de gordura nas artérias do coração, cérebro e das pernas. Nesse sentido, voltamos àquela questão lá de cima.
Às vezes, nos dias frios, comemos mais açúcar e mais gordura. Aí vocês já viram…
Pratique exercícios regularmente
A prática de exercícios melhora ainda a sensibilidade à insulina. Da mesma forma, quando nos movimentamos, melhora a aptidão cardiovascular, bem como a composição corporal. Do mesmo modo, ela ajuda a regular a pressão arterial e os níveis de gordura no sangue. Além disso, a atividade física aumenta a produção de endorfinas, conhecidas por produzir sentimentos positivos e reduzir a percepção da dor.
Conheça aqui os principais tipos de atividade física e seus benefícios.
O exercício físico também têm impacto bastante positivo em problemas como insônia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). E dormir melhor melhora a pressão arterial. Ou seja, está tudo junto e misturado no que diz respeito a cuidar da saúde.
Contra infarto e AVC, evite o cigarro e o consumo exagerado de álcool
Por fim, precisamos falar sobre o cigarro e o excesso de bebidas alcoólicas. É claro que não estamos falando das tacinhas de vinho que vão aquecer o seu inverno ou de um drink para relaxar depois do expediente. O risco mora no excesso. Beber demais causa dependência, prejudica a rotina e detona o corpo de quem tem diabetes ou predisposição a ter.
O álcool também aumenta o risco de irregularidades no batimento cardíaco. De acordo com um estudo publicado pelo jornal European Heart, pessoas que consumiam apenas 12 g de álcool por dia (equivalente a um copo de vinho de 120 ml, 330 ml de cerveja ou 40 mls de um destilado como vodca, tequila e uísque) tinham 16% mais chance de desenvolver fibrilação atrial, doença se caracteriza pelo ritmo irregular do coração.
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A relação entre colesterol e doenças do coração
Com o cigarro acontece coisa parecida. Ele contribui para destruir a camada de proteção das veias e oxida as artérias, deixando-as vulneráveis ao contato da gordura do organismo. Isso ocasiona a formação de depósitos de gordura em locais inadequados.
Vá ao médico regularmente
Além dos cuidados diários, um grande amigo do seu coração são as visitas regulares ao médico. Não apenas para quem tem histórico de doenças cardiovasculares na família, mas para todos que querem viver muito e viver bem, o acompanhamento profissional é fundamental.
Afinal, com exames simples de rotina, dá para analisar os níveis de açúcar e colesterol no organismo e várias outras indicações de problemas.
Se tiver casos de infarto na família, é importante fazer um acompanhamento ainda mais aprofundado. Quanto mais cedo você descobrir problemas de saúde, mais fácil é sair deles.
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