O que é fibromialgia e como tratar a dor que ela traz

Doença que deixa dores no corpo todo, fadiga e depressão já afeta 150 milhões de pessoas no mundo, a maioria mulheres, como a cantora Lady Gaga.

Dores no corpo inteiro durante longos períodos, sensibilidade nas articulações, músculos e tendões, fadiga, distúrbios do sono, dor de cabeça, depressão e ansiedade. Quem sofre de fibromialgia conhece bem esses sintomas, mas, muitas vezes, não sabe que tem o problema. Afinal, o que é fibromialgia? Como tratar a doença que já afeta cerca de 5 milhões de pessoas no Brasil e mais de 150 milhões no mundo?

A fibromialgia é uma doença crônica caracterizada principalmente por dores generalizadas no corpo que duram pelo menos três meses. Estudos revelam que pacientes com fibromialgia têm mais neurotransmissores de dor do que pessoas sem a síndrome. Em outras palavras, o sistema nervoso central deles processa os estímulos dolorosos de forma mais intensa.

A dor e a fraqueza muscular causadas pela fibromialgia são geralmente acompanhadas por fadiga e alterações no sono. Problemas intestinais, dificuldade de concentração, mau humor e falta de memória também aparecem com a doença. A enfermidade afeta mais mulheres do que homens.

A doença de Lady Gaga

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), de cada 10 pacientes com fibromialgia, nove são mulheres. É o caso da cantora Lady Gaga. Em 2017, ela inclusive cancelou sua apresentação no Rock in Rio e diversos shows na Europa por causa das fortes dores ocasionadas pela doença. 

A via-crúcis da artista de 34 anos por causa da fibromialgia pode ser vista no documentário Gaga: 1,57 metros, na Netflix. Na produção, filmada ao longo de oito meses, a cantora mostra o que faz para aliviar a dor crónica e como lida com as dores constantes em sua vida cotidiana.

No documentário, a estrela também fala sobre sua dificuldade em encontrar tratamento e sobre as técnicas de controle dos sintomas. 

Embora existam casos de idosos, crianças e adolescentes com fibromialgia, a doença geralmente surge entre os 30 e 60 anos. Muitos pacientes levam anos até receberem o diagnóstico correto. 

Afinal, exames de sangue e de imagem não revelam nada: nenhuma lesão muscular, nenhuma inflamação, nada! 

Então, como saber se tenho fibromialgia?

Por isso, a conversa com um médico é tão importante para quem sente dores no corpo.

O diagnóstico da fibromialgia é feito por um clínico geral ou por um reumatologista. Somente um especialista consegue identificar a doença a partir do relato do paciente e do toque em pontos chave da dor.

Embora exames não apresentem alterações por causa da fibromialgia, o médico pode também solicitar uma ida ao laboratório para descartar outros problemas de saúde. 

O sintoma mais relevante é a dor difusa, por mais de três meses, em todo o corpo. Geralmente, o paciente tem dificuldade de definir quando, como e onde o incômodo começou. Os pontos de dor se espalham pela coluna cervical, coluna torácica, braços, cotovelos, bacia e joelhos.

Um segundo sintoma bastante comum em pacientes com fibromialgia é a fadiga. Quem tem fibromialgia frequentemente acorda cansado, mesmo que tenha dormido todas as horas recomendadas para a sua idade. 

A qualidade do sono é bastante afetada pela fibromialgia. Até porque o sono, em muitos casos, é constantemente interrompido por causa da dor. Muitos pacientes apresentam ainda outros problemas relativos ao sono. Por exemplo, relatam apneia, insônia e síndrome das pernas inquietas.

A alteração do sono afeta quase 95% dos pacientes com fibromialgia. No início da década de 1980, pesquisadores descobriram que pacientes com fibromialgia apresentam dificuldade de manter um sono profundo. 

Com o sono profundo interrompido, a qualidade de sono cai muito. Isso aumenta a fadiga, a sonolência excessiva durante o dia, a contração muscular e as dores.

Dor de cabeça e dificuldade de foco também são comuns

Pacientes com fibromialgia relatam dificuldades de se concentrar em atividades que demandem esforço mental. Dor de cabeça recorrente ou enxaqueca clássica também são frequentes nos relatos, bem como formigamento nas mãos e nos pés.

A depressão está presente em 50% dos pacientes com fibromialgia. Por muito tempo, acreditava-se que a fibromialgia era uma “depressão mascarada”. Hoje, sabemos que a dor da fibromialgia é real e não tem necessariamente a ver com a depressão.

A partir de técnicas de pesquisa que mostram funcionamento do cérebro em tempo real, é possível comprovar que pacientes com fibromialgia realmente estão sentindo dor. Isso ocorre mesmo que não exista uma lesão no local que dói. 

Estudos do cérebro também mostram que sintomas como a alteração do sono e do humor são decorrentes da dor crônica e da ativação de um sistema de estresse crônico. Anteriormente, esses sintomas eram considerados causadores da dor.

Entretanto, mesmo sem serem causadores, esses problemas aumentam a dor dos pacientes com fibromialgia. Portanto, eles devem ser levados em consideração na hora do tratamento.

A síndrome do intestino irritável também afeta cerca de 60% dos pacientes com fibromialgia. Dores abdominais e intestino preso aparecem com frequência. Da mesma forma, existe uma maior sensibilidade a cheiros e barulhos fortes no ambiente.

O que causa a fibromialgia?

Os médicos ainda não conhecem a causa da fibromialgia. No entanto, sabemos que os níveis de serotonina são mais baixos nos pacientes da síndrome. Seu surgimento pode ter relação com desequilíbrios hormonais, tensão e estresse.

A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro tenha início com uma dor localizada crônica. Com o tempo, a dor progride e passa a envolver todo o corpo.

Os estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia sentem mais dor. É como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse desregulado. Por causa disso, as sensações de dor se tornam mais intensas. 

Como é o tratamento? 

A fibromialgia não tem cura. Mas o tratamento pode ajudar a controlar e amenizar os efeitos da doença. O caminho é multidisciplinar. Os médicos recomendam remédios como analgésicos e antidepressivos específicos. As medicações auxiliam no controle da dor. Exercícios físicos e acompanhamento psicológico completam o time.

A atividade física é uma das principais formas de tratar quem tem fibromialgia. Isso porque, ao se exercitar, o corpo libera substâncias que funcionam como analgésicos naturais, como por exemplo as endorfinas. Igualmente, o exercício contribui para melhorar a qualidade do sono do paciente.

Além disso, o médico também pode indicar remédios específicos para melhorar a dor. Eles estimulam analgésicos naturais do corpo ou diminuem a chegada das mensagens dolorosas no cérebro. 

Tratamentos com acupuntura, meditação e psicoterapia também podem ajudar. Como resultado, muitos pacientes com fibromialgia ganham qualidade de vida. Seja como for, com acompanhamento médico e um pouquinho de atenção, quem tem fibromialgia consegue controlar a dor. Dessa forma, dá para viver bem durante muitos e muitos anos!

Por isso, se você ou alguém próximo sente dores pelo corpo há mais de três meses, não deixe de procurar um médico. Relate o que se passa. Se precisar, conte com a MedSempre! Nossos parceiros oferecem descontos de até 70% em exames e consultas com ortopedistas, reumatologistas, clínicos gerais e diversas outras especialidades. O Cartão MedSempre não tem carência nem fila de espera. Entre em contato com a gente para obter mais informações.