O que você ainda precisa saber sobre a Covid-19

Mesmo com toda a informação que já temos na pandemia sobre a Covid-19, novas dúvidas surgem a cada dia. Vamos esclarecê-las para você!

Tomei a vacina de Covid-19, acabou o perigo? Já posso tirar a máscara? Qual o melhor teste para identificar se estou com coronavírus? E a melhor vacina? O que são variantes do vírus e por que devo me preocupar com elas? Mesmo com toda a informação que já temos na pandemia, novas dúvidas surgem a cada dia. Vamos esclarecê-las para você!

A pandemia começou oficialmente no dia 11 de março de 2020. Neste dia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto de Covid-19 havia se espalhado por todas as regiões do mundo. Até o final de junho de 2021, o Brasil contava com 510 mil mortos e 10% da população vacinada com as duas doses, o que significa 1 em cada 10 brasileiros imunizados. Os dados são atualizados diariamente neste painel aqui

Por isso, cada um ainda precisa fazer a sua parte, até que a cobertura da vacina se espalhe. Um passo importante é ter sempre informações confiáveis à mão e só compartilhar dados de fontes seguras. Fique à vontade para compartilhar o nosso tira-dúvidas com sua família e amigos. Cuidar de você e daqueles que você ama é o bem mais valioso de todos.

Tomei a vacina de Covid-19, acabou o perigo?

O perigo ainda não acabou, mesmo para quem já tomou vacina. Portanto, a vacina não libera ninguém de regras como manter o distanciamento social, passar álcool em gel nas mãos e usar a máscara. 

Em primeiro lugar, a vacina não tem um efeito instantâneo. De acordo com os especialistas, leva um tempinho até que as injeções estimulem nosso corpo a produzir células de defesa. Só com esse efeito, temos os anticorpos contra o Sars-CoV-2, vírus que causa a Covid-19. No caso da Covid-19, a vacina demora cerca de duas semanas após a segunda dose para fazer efeito. 

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Isso nos lembra que a segunda dose é essencial. Sem ela, a imunização não está completa e pode não funcionar. Até o momento, o único imunizante disponível no Brasil que exige apenas uma dose é o da Janssen. Tanto a CoronaVac quanto a Pfizer e a Astrazeneca necessitam de duas doses.

Vale lembrar que, mesmo as vacinas sendo totalmente seguras, por algum motivo algumas pessoas não desenvolvem a imunidade completa contra o coronavírus. Em outras palavras, é possível, sim, pegar a doença mesmo vacinado. Os especialistas dizem que não é uma situação comum, mas também não é impossível. 

A vantagem de ter tomado a vacina neste caso é que os imunizantes para o Sars-CoV-2 reduzem consideravelmente a probabilidade de o caso se tornar grave ou levar à morte.

Depois de tomar vacina, ainda preciso usar máscara?

Sabemos que todo mundo está cansado do distanciamento social e do uso da máscara. No entanto, as autoridades de saúde alertam que ainda não é hora de aglomerar e andar sem máscara em locais públicos. Para que isso aconteça, boa parte da população precisa já ter sido imunizada. 

Só para termos uma ideia, nos Estados Unidos, país que liberou seus moradores do uso de máscaras em locais públicos, mais de 46% da população já está vacinada. Do mesmo modo, no Brasil, o número era de 10% até junho de 2021 (dados atualizados diariamente neste painel aqui). 

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A vacina coloca no corpo uma partícula chamada de antígeno. Com ela, o organismo se torna capaz de reconhecer o vírus e produzir anticorpos. Assim, caso o corpo entre em contato com o vírus no futuro, ele já terá a memória para combatê-lo. Por isso, ao tomar as duas doses da vacina, você só estará protegido depois de algumas semanas.

Portanto, a orientação é que as pessoas vacinadas mantenham as medidas de proteção até que a maior parte da população esteja vacinada. Só então será possível atingir a chamada imunidade de rebanho. 

Enquanto esse estágio não for alcançado, mesmo as pessoas vacinadas podem ser vetores da doença. Usar máscaras e manter o isolamento social será importante tanto para você se proteger quanto para proteger outras pessoas.

Qual a melhor vacina?

Embora as vacinas tenham características diferentes, os especialistas são unânimes em dizer que não é hora de escolher qual vacina tomar. Igualmente não é recomendável apontar que um imunizante é melhor ou pior do que o outro. Afinal, o urgente é criar imunidade contra a Covid. Quanto mais gente for vacinada, melhor para toda a população. 

Além disso, nenhum dos fabricantes têm vacina suficiente para um país do tamanho do Brasil. Então é realmente preciso se dividir entre as marcas. O mais importante, neste momento, é que mais pessoas sejam vacinadas, para que todos estejam seguros.

Se ainda não estiver se sentindo convencido, veja os números sobre a eficácia das vacinas:

CoronaVac 

  • Quando aplicada com mais de 21 dias entre uma dose e outra, nos ensaios clínicos finais, teve uma eficácia de 62,3% contra casos sintomáticos de Covid-19.
  • Ela também evitou 83,7% dos casos que precisaram de atendimento médico. 
  • Um estudo realizado na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, mostrou uma queda de 80% nos casos sintomáticos da doença quando cerca de 96% da população recebeu a vacina.

AstraZeneca 

  • Teve eficácia de 76% contra casos sintomáticos e de 100% contra casos graves nos ensaios clínicos.
  • Ela também é capaz de fornecer uma boa proteção apenas com uma dose, mas é necessário tomar as duas. 
  • Na Escócia, a vacina conseguiu reduzir o risco de internação por Covid-19 em até 94%.

Pfizer

  • Nos ensaios clínicos, conseguiu 95% de eficácia. 
  • Também há estudos apontando que ela é capaz de impedir a transmissão da Covid-19 e não apenas um quadro de doença. 
  • Em Israel, mais da metade dos 9,3 milhões de habitantes já receberam as duas doses da vacina da Pfizer. Logo depois, uma queda acentuada de casos levou à suspensão da maioria das restrições de circulação.

Janssen 

  • Apresentou eficácia de 66% contra os casos moderados e graves da Covid-19, eficácia de 85,4% contra os casos graves.
  • Também mostrou 100% de proteção contra hospitalização e morte por Covid depois de 28 dias da aplicação. 
  • Nos Estados Unidos, mostrou uma eficácia geral de 72%, conforme a Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos que regula a liberação das vacinas no país. 

Qual o melhor teste para identificar a Covid-19?

Se você acha que está infectado ou teve contato com alguém doente, a recomendação é que faça o teste de Covid-19 o mais rápido possível. No entanto, muita gente ainda tem dúvida sobre qual teste de coronavírus escolher. Vamos ver os detalhes das opções disponíveis no mercado. 

O RT-PCR é o teste considerado padrão de referência para diagnosticar a Covid-19. É aquele que coloca um cotonete no nariz ou na garganta, para colher a secreção respiratória com o material genético do vírus vivo. 

Ele deve ser feito na primeira semana de sintomas e tem cerca de 90% de precisão. Os testes do tipo PCR são capazes de detectar o vírus mesmo em pessoas sem sintomas. 

O PCR-Lamp é o teste molecular mais barato, avançado e de rápido resultado para a detecção de coronavírus. Pode ser comprado diretamente pelo consumidor. Ele é feito pela saliva e tem cerca de 80% de recisão. 

O Antígeno, também chamado de teste rápido, usa o swab nasal, como o RT-PCR. O teste de antígeno busca fragmentos do vírus para apontar a infecção. O resultado fica pronto em até 30 minutos. A desvantagem desse método, mais simples e mais rápido, é que ele tem uma taxa bem mais alta de resultado falso negativo ou falso positivo. 

Para saber se você já teve Covid-19 em algum momento, os testes imunológicos por sorologia são os mais indicados. Eles mostram se há anticorpos —IgA, IgM e IgG — no seu sangue indicando que houve uma defesa do organismo para barrar o vírus. Isso aponta que houve uma infecção no passado. A análise é feita por meio de um exame de sangue.

Quem já teve Covid-19 precisa tomar vacina?

Sim, porque há risco de reinfecção e não se sabe por quanto tempo duraria a proteção natural do corpo após a invasão do coronavírus. Em outras palavras, a vacina serve para renovar e fortalecer a proteção entre quem já pegou a doença antes. Assim, os médicos orientam que até quem já teve Covid deve ser imunizado. 

Após a infecção, nosso corpo tende a gerar anticorpos e outros mecanismos de defesa. No entanto, nem sempre se cria a chamada “memória imunológica”, que é a capacidade de reconhecer uma segunda invasão e impedir seus estragos. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), quem teve Covid deve esperar pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas ou após o resultado do exame positivo para tomar a vacina. 

Se você tiver sido contaminado entre a primeira e a segunda dose, não é preciso tomar a primeira dose de novo quando se recuperar. A recomendação é seguir o calendário de vacinação normalmente, respeitando aquela regra ali de cima. Ou seja: quatro semanas de espera após o início dos sintomas para tomar a segunda dose. 

Conforme os especialistas, não tem problema se houver um pequeno atraso por causa disso. O importante é não deixar de tomar a segunda dose assim que estiver liberado.

Todas as vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o órgão do Brasil que controla o assunto, reduzem o risco de sofrer com a Covid-19. Nenhuma delas traz efeitos colaterais para pessoas que já tiveram coronavírus antes. 

Além disso, o surgimento das variantes aumenta o risco de reinfecção. Vamos falar deste assunto a seguir.

O que são variantes e por que devo me preocupar com elas?

Quando um vírus está circulando amplamente, como é o caso do coronavírus, as chances de ele sofrer uma mutação aumentam. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), quanto mais oportunidades um vírus tem de se espalhar, mais ele se replica e mais possibilidades tem de sofrer mudanças. 

No caso do SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, pelo menos três variantes são alvo de preocupação dos médicos, porque têm uma alta capacidade de contaminação. Elas foram identificadas no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul e já se espalharam pelo menos por 139, 87 e 54 países, respectivamente, segundo dados da OMS de 27 de abril.

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Existe ainda uma segunda categoria de variantes de interesse. São mutações do vírus com características potencialmente problemáticas, que estão no radar das autoridades de saúde. A OMS cita entre elas as que foram detectadas na Índia, nos Estados Unidos, na França e também no Brasil. 

Além dessas, circulam muitas outras. A comunidade científica tenta localizar e avaliar para incluir em uma das duas primeiras categorias, se for o caso. Todas essas variantes são classificadas por famílias. Em outras palavras, conforme as mutações que adquiriram, ocupam um lugar preciso na árvore genealógica do vírus SARS-CoV-2 original.

Como se vê, ainda falta um tempinho para estarmos livres do coronavírus. Portanto, siga se cuidando conforme as autoridades de saúde recomendam. Enquanto isso, aproveite para espalhar essa ideia entre seus familiares e amigos mais próximos! 

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