Obesidade infantil: o que você precisa saber
Do bullying às doenças cardiovasculares. Saiba quais são os maiores riscos da obesidade infantil.
Considerada a pandemia do século XXI para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade triplicou em número nas últimas quatro décadas e, em 2016, das 7 bilhões de pessoas no planeta, cerca de 2 bilhões estavam com sobrepeso.
Esses dados são ainda mais alarmantes em crianças e adolescentes. Segundo a OMS, neste mesmo período, o número de casos de obesidade infantil aumentou 10 vezes. No Brasil, estima-se que 13% dos meninos e 10% das meninas sejam obesos. A organização também afirma que crianças obesas têm 80% de chance de se tornarem adultos obesos, criando um cenário cada vez mais comprometedor para a saúde física e mental do indivíduo.
O que é obesidade?
Obesidade e sobrepeso são duas condições relativas ao acúmulo de gordura no corpo e podem trazer sérias complicações para a saúde.
O Índice de Massa Corpórea (IMC) é um cálculo simples feito para indicar anomalias no peso de um adulto, e é encontrado dividindo-se seu peso em quilos pelo quadrado de sua altura em metros (kg/m²). Assim, um homem de 1,75m com 80kg teria o seu IMC igual a 26,1 (80/1,75²=26,1), por exemplo. Existem diversas calculadoras de IMC que podem ser encontradas online para facilitar o processo.
A efetividade do cálculo de IMC também leva em conta o nível de atividade física da pessoa. Indivíduos que praticam fisiculturismo, por exemplo, podem ter seu IMC extremamente elevado apesar de um baixíssimo índice de gordura.
Se você é sedentário ou pratica atividade física de baixa intensidade por menos de 3 horas por semana, considere os números abaixo:
- Menor que 18,5 = Magreza
- Entre 18,5 e 24,9 = Normal
- Entre 25,0 e 29,9 = Sobrepeso
- Entre 30,0 e 39,9 = Obesidade
- Maior que 40,0 = Obesidade Grave
Esses resultados são um parâmetro muito bom para os indicativos de sobrepeso e obesidade, mas não são livres de falhas. Como dito acima, a prática de atividades físicas e alguns outros fatores podem influenciar a quantidade de gordura no corpo da pessoa.
Para as crianças, os resultados precisam ser analisados de uma forma diferente. Crianças abaixo dos 5 anos de idade precisam de um teste mais apurado, que deve ser conduzido por um médico, para a avaliação do peso. Entre os 6 e os 17 anos, o resultado do cálculo de IMC não deve ultrapassar o total de 1 por anos de idade. Sendo assim, uma criança de 10 anos não deveria ter o seu IMC acima de 10, por exemplo.
Os efeitos da obesidade infantil
Crianças e adolescentes obesos têm 80% de chance de crescerem como adultos obesos segundo a OMS. Os riscos da obesidade são ainda mais graves nesse grupo por conta de seu processo de crescimento e formação corpórea.
A obesidade e o sobrepeso, de forma geral, são os maiores causadores de doenças cardiovasculares, diabetes, distúrbios musculoesqueléticos e alguns tipos de câncer, incluindo os de seio, ovário, próstata, fígado e cólon.
Nas crianças e adolescentes, a obesidade também é ligada aos altos riscos de morte prematura, doenças e complicações respiratórias, elevado risco de fraturas, desenvolvimento de hipertensão, resistência insulínica e alguns transtornos mentais como ansiedade e depressão.
Obesidade infantil e bullying
Bullying não é uma brincadeira ou uma simples implicância. Para as organizações de saúde, o bullying é definido como uma prática sistemática de maus tratos físicos e/ou psicológicos com atos de humilhação, discriminação e/ou intimidação.
Essa prática nociva pode levar o indivíduo que é alvo dos ataques a desenvolver diversos transtornos mentais, compulsões e vícios ao longo da vida, além do crescente índice de mortalidade, é o que diz OMS.
Crianças com sobrepeso ou obesidade são alvos fáceis para esse tipo de agressão. Além das complicações naturais que o excesso de peso causa, lidar com esse assédio físico e psicológico dificulta a reversão do quadro de saúde do menor e pode acarretar em trágicas consequências para a sua vida.
As causas da obesidade
A obesidade é considerada uma doença crônica de origem multifatorial. Dentre as principais causas e fatores que levam o indivíduo a desenvolver a obesidade estão: maus hábitos alimentares, sedentarismo, fatores genéticos, fatores hormonais e tumores.
Nas crianças e adolescentes, as causas principais para a obesidade são fatores ambientais e comportamentais, como o consumo excessivo de produtos alimentícios ricos em gorduras trans e açúcares.
A prevenção é o melhor remédio
Prevenir a doença, na maior parte dos casos, é simples. O estímulo à atividade física e introdução de hábitos alimentares saudáveis normalmente já são o bastante para evitar que uma criança se torne obesa.
Desenvolver obesidade ou estar com sobrepeso nunca é culpa da criança. É responsabilidade primeira dos pais e cuidadores a devida educação alimentar e o incentivo à prática regular de atividades físicas por parte do menor.
Em todo o caso, é sempre importante que a criança tenha acompanhamento pediátrico nos casos de obesidade e sobrepeso, especialmente se ela apresentar dificuldades no emagrecimento mesmo com uma dieta equilibrada e exercícios.