Setembro Amarelo: é preciso falar sobre o suicídio

Altos índices de suicídio reforçam a importância de pararmos um pouquinho para olhar para o lado ou conversar com alguém neste Setembro Amarelo

Setembro AmareloSetembro Amarelo. O tema é delicado, mas não deixa de ser muito necessário. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no mundo. Oito em cada 10 casos se concentram em países de baixa e média renda como o Brasil.

Também conforme a OMS, mais pessoas tiram a própria vida anualmente do que aquelas que morrem por HIV, malária, câncer de mama, guerras ou homicídios.

O suicídio figura como a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos no mundo, atrás apenas dos acidentes de trânsito. E a situação ficou ainda mais crítica depois da pandemia, com muitos dos fatores de risco para suicídio, como perda de emprego, estresse financeiro e isolamento social, ainda muito presentes na vida das pessoas.

Isso reforça a importância de pararmos um pouquinho para olhar para o lado neste Setembro Amarelo. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza essa campanha de conscientização e cuidado. O objetivo é estimular o debate aberto sobre o assunto, que ainda é cercado de preconceito.

O dia 10 de setembro é oficialmente considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Busque informações, procure ajuda, fale abertamente sobre as suas emoções e incentive pessoas do seu círculo que estejam com problemas a fazer o mesmo. Se precisar, busque o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo telefone 188. O serviço é gratuito e conta com voluntários, que atendem sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip, 24 horas todos os dias. As ligações para o CVV são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Basta ligar para o número 188 ou acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações.

Saúde mental em risco

Depressão, ansiedade, estresse e problemas financeiros são os principais fatores que levam uma pessoa a tirar a própria vida. Por outro lado, 79% dos suicídios no mundo acontecem em países de baixa renda. Mais homens morrem devido ao suicídio do que mulheres (12,6 por cada 100 mil em comparação com 5,4 por cada 100 mil mulheres). 

Além de ter tirado mais de 4 milhões de vidas, a pandemia também abalou o emocional de muita gente. O isolamento social, as incertezas quanto ao futuro, o desemprego e o medo da doença passaram a fazer parte da rotina, pedindo cuidado extra com as emoções. 

Mais do que nunca, nestes tempos de pandemia, é importante lembrar que ninguém precisa lidar sozinho com nada. Conversar com um amigo ou parente de confiança é uma boa estratégia para dividir as dores, os medos e multiplicar sua confiança. Muitas vezes, só de dizer que você não está se sentindo bem já pode ser um sinal de que precisa de apoio.

Se for possível, busque também ajuda médica. Afinal, psicólogos e psiquiatras são profissionais capacitados a darem um diagnóstico preciso em casos de problemas de saúde mental e a indicarem qual o melhor caminho para contornar um momento difícil ou aprender a conviver com a depressão, o estresse e outros problemas de saúde mental. 

Fique atento aos sinais

Fique também ligado nos sinais de pessoas ao seu redor. O suicídio é normalmente o resultado trágico de um ou mais problemas que se agravam ao longo do tempo. Esses problemas geram sinais, que são como sintomas de uma doença. Na maioria das vezes, familiares e pessoas próximas à vítima podem identificá-los e oferecer ajuda. 

Alguns dos sinais mais comuns são:

  • Frases como “vou deixar vocês em paz”, “vou desaparecer”, “só queria sumir”
  • Quietude fora do normal
  • Falta de esperança
  • Isolamento

Ao identificar o surgimento dos sinais acima, é preciso tomar algumas atitudes. A maior parte das pessoas que já tentou ou considerou o suicídio afirma que falar sobre o assunto foi crucial para que elas desistissem da ideia. Portanto, estar perto, ser respeitoso e se mostrar disposto a ouvir a pessoa faz toda a diferença entre salvar uma vida e deixá-la partir. Falamos um pouco mais sobre isso neste artigo aqui.

Setembro Amarelo e o Centro de Valorização da Vida (CVV)

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma iniciativa do governo federal que dá apoio emocional e prevenção do suicídio. O CVV atende gratuitamente aqueles que precisam conversar. Quem busca a organização fala com voluntários, que atendem sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip, 24 horas todos os dias. As ligações para o CVV são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Basta ligar para o número 188. Além disso, é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações.

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